O Parque Natural da Arrábida deve o seu nome à principal unidade geomorfológica de toda a área, a designada cordilheira da Arrábida, constituída por três eixos:
- Primeiro – composto por pequenas elevações nos arredores de Sesimbra, pelas serras do Risco e da Arrábida e pelas colinas existentes entre o Outão e Setúbal;
- Segundo – é formado pelas Serras de S. Luís e dos Gaiteiros;
- Terceiro – formado pelas Serras do Louro e de São Francisco.
A orientação da cordilheira é ENE-OSO (orientação alpina) apresentando um comprimento de aproximadamente 35 km e uma largura média de 6 km. A altitude máxima é de 501 m no anticlinal do Formosinho.
A norte da Cordilheira estende-se uma vasta área de planície que apresenta a sua maior largura junto ao limite oeste do Parque, estreitando-se, progressivamente, à medida que se caminha para este.
O litoral é bastante rochoso, recortado por pequenas baías com praias de areia branca encimadas por escarpas.
A cadeia montanhosa da Arrábida e a área de planície que a circunscreve tem uma grande diversidade de solos, devido à multivariada constituição dos materiais rochosos que constituem a rocha mãe. A grande maioria dos solos é de origem sedimentar aparecendo, no entanto, algumas intrusões eruptivas. Todo o modelado hoje visível na Arrábida depende não só de aspetos ligados à tectónica e à erosão mas também daqueles que se prendem com a geologia da área constituída em grande parte por rochas calcárias e dolomíticas ou detríticas.
Como é característica das regiões cuja geologia é predominantemente constituída por calcário, a hidrografia apresenta aspetos específicos desse tipo de constituição, tais como a não perenidade e carência de cursos de água.
A vegetação da Arrábida possui um elevado valor natural, verificando-se neste território a convergência de três elementos florísticos:
- Euro-atlântico, mais fresco, húmido e sombrio nas vertentes a norte;
- Mediterrânico, mais quente, seco e luminoso nas vertentes expostas a sul;
- Macaronésio nas arribas marcadamente marítimas.
As comunidades de vegetação incluem ainda espécies com origem paleomediterrânica e/ou paleotropical.
Também nos ambientes marinhos existe uma convergência de elementos faunísticos de diferentes afinidades: temperado frio do norte da Europa, temperado quente do Mediterrânio e Norte de África, e tropical. A sua vasta variedade de peixes, em conjugação com o caráter de charneira do ponto de vista biogeográfico, confere ao mar da Arrábida um papel preponderante na compreensão dos fenómenos de evolução das comunidades marinhas.
Fonte: ICNF