São conhecidos na área da Reserva Natural vários sítios de interesse arqueológico, nomeadamente o concheiro neolítico da Barrosinha, a feitoria fenícia de Abul e os fornos romanos do Pinheiro, todos correspondentes a diferentes fases da História.
No que respeita à arquitetura de raiz assinalam-se a presença de alguns montes e a existência de cabanas com telhado de colmo, que possuem um inegável interesse etnográfico.
Os sistemas de moagem constituem outro exemplo de arquitetura tradicional que, no caso da RNES, compreendem moinhos de vento (atualmente inativos) e moinhos de maré.
Finalmente, uma abordagem ao património cultural na RNES não ficará completa sem uma referência às paisagens culturais, sendo certo que uma percentagem significativa da Reserva o é através dos montados – estes resultam da intervenção direta do homem que conduz os povoamentos, corta, desbasta, roça e faz circular o gado entre as cercas.
As salinas, provavelmente, o expoente máximo do conceito de paisagem cultural, enquanto “jardins de sal”, meandros e labirintos de taludes e pequenos muros introduzem um fator geométrico às paisagens, onde o céu se reflete em múltiplos espelhos. Presentemente, quase desaparecidas, por abandono e reconversão para outros usos, regista-se que as poucas salinas em funcionamento alteraram o seu traçado e os seus processos, afastando-se dos métodos tradicionais que, no passado, asseguravam a produção de um sal de qualidade superior.
